Certo dia uma flor chamada Margarida ouviu um boato sobre uma água mágica, era a água da imortalidade e decidiu tentar encontrá-la. Pediu ajuda ao seu melhor amigo, o Gladíolo, mas ele recusou. Ela perguntou:
- Porque é que não queres vir?
- Tens a certeza que isso é verdade?
- Não, mas se não for verdade já fico satisfeita com uma boa aventura.
- E sabes onde fica essa tal água da imortalidade?
- Não, mas vou pesquisar em todos os livros da biblioteca até encontrar.
- Faz isso, mas não vai adiantar nada.
- Porquê?
- Essa água de que tanto falas não existe. O que tu ouviste foi um boato, não quer dizer que seja verdade. Mas tu é que sabes.
- Exacto, eu é que sei, por isso pára de me desanimar e de me deitar abaixo.
- Faz o que quiseres.
Ela levou a sua ideia avante. Pesquisou, pesquisou, leu tudo o que havia para ler e por fim encontrou. A água da imortalidade ficava na terra mágica dos gigantes e dos ogres.
- Mas que sorte a minha! Tinha logo de ser no planeta dos gigantes e dos ogres! Mas que sorte! – Disse ela – mas o que vale é que os gigantes são calmos, sossegados, amigos, simpáticos, generosos e estão sempre dispostos a ajudar.
E ela decidiu começar a sua aventura.
- Vamos a isto!
Ela estava a chegar à ponte do Trol quando lhe aparece uma fada e lhe pede ajuda:
- Ajuda-me minha rica flor. Por favor.
- Está bem, está bem. Que é que precisas?
- Preciso que me ajudes a salvar esta flor.
- Que é que ela tem?
- Está a morrer à sede, e como tu tens mais força que eu, podias-me ajudar a ir buscar água. Ajudas?
- Claro que sim. Onde é que há água?
- Ali. Naquele rio.
- Já vi.
Ela foi buscar a água e deu de beber àquela flor. A flor ficou tão agradecida que pediu à fada que lhe satisfizesse um desejo. A fada concordou, pois ela salvou a vida de um ser. A fada perguntou-lhe:
- Que é que queres?
- Eu vou a caminho da terra dos gigantes e por isso desejo ter super poderes.
- Mas que tipo de super poderes? E que tal super força?
- Pode ser.
- Dum Dum Dubli Duo.
- Obrigado. Estou muito agradecida. Mas como é que eu sei que tu não me enganaste?
- Estás a ver aquele pedregulho?
- Sim.
- Tenta levantá-lo.
Ela tentou e conseguiu. E lá foi ela muito mais animada. Entretanto chegou à ponte e aparece-lhe o Trol verde, cheio de cogumelos e musgo em todo o corpo e diz-lhe:
- Ah! Ah! Sou eu o malvado trol. Para passares pela minha ponte terás que responder a este enigma.
- Mas qual enigma?
- Só tens um minuto para responder e depois acaba-se o tempo. O enigma é o seguinte: Quem é que de manhã anda com quatro patas, à tarde com duas e à noite com três? Já está a contar...
- Essa é difícil!
O tempo estava a acabar e ela decidiu arriscar.
- É o ser humano.
- Porquê?
- De manhã é quando é bebé e anda de gatas, por isso anda de quatro patas. À tarde e quando já é adulto, anda com as suas duas pernas. E à noite é quando já é idoso e anda com as suas duas pernas e com mais uma bengala.
- Correcto. Como eu detesto isto. Podes passar.
Ela passou a ponte e quando chegou ao outro lado viu um mundo maravilhoso, cheio de plantas, árvores e pessoas gigantes. Era tudo gigante. Tudo estava em harmonia e sintonia.
- Isto é o paraíso. Quem me dera viver aqui – disse ela.
Ela foi à procura de um gigante para pedir ajuda. Fartou-se de andar, pois ela era muito pequena. Até que chegou a uma casa, aquilo parecia um castelo, era enorme. Exclamou:
- Isto é mesmo gigante! É maior que um castelo!
Bateu à porta e apareceu-lhe um gigante muito simpático. Ele não a vê e volta a fechar a porta. Ela volta a bater e ele volta a não ver ninguém. Ele diz:
- Mas quem é que está a gozar comigo? Não estou a gostar da brincadeira.
A Margarida gritou:
- Sou eu! Aqui em baixo.
- Mas que linda flor! Como é que te chamas?
- Chamo-me Margarida. Pode ajudar-me?
- Eu chamo-me Roberto. Claro que sim. Diz-me o que queres, que eu ajudo-te.
- Pode levar-me ou dizer-me onde fica a água da imortalidade?
- Claro. Eu levo-te até ao monte. Até mais longe não posso.
- Porquê?
- Dizem que quem lá tentou ir nunca mais regressou e eu não quero ter o mesmo fim que os outros gigantes.
- Ok! Compreendo.
E lá foram eles. O monte ficava longe até para um gigante. Eles andaram dia e noite durante uma semana inteira. Só pararam para comer e descansar. Até que finalmente chegaram e ele relembrou-a:
- Tem cuidado! Porque o que eu te disse no outro dia é verdade.
- Não te preocupes.
- Está bem. Tu é que sabes.
Ela partiu destemidamente. Tinha ali mostrado uma grande coragem. Mas ainda assim o caminho era muito longo. O percurso, para uma flor tão pequena num mundo de gigantes, era de quase dois meses, ela sabia disso e ainda assim sabia que era capaz.
- Isto é mesmo grande! Mas isto em comparação à imortalidade não é nada. Não vou desistir. E é bom que ninguém se meta no meu caminho. Eu vou lá e vou regressar com todos os outros gigantes e nada me poderá impedir.
Ela estava mesmo confiante. Passadas duas semanas disse:
- Estou exausta. Já não descanso há duas semanas. Vou parar um bocado para dormir uma sesta.
E assim fez. Ela descansou durante um dia inteiro e depois voltou ao trabalho. Passadas duas semanas voltou a tirar uma sesta e por aí adiante. Até que chegou ao seu destino. Porém encontrou um grande portão com talhas de ouro, era muito requintado. Ela entrou e caiu numa armadilha construída por um ogre malvado e muito feio. Naquela armadilha estavam outros gigantes e ela pergunta-lhes:
- Há forma de sair daqui?
- Não – responderam todos em coro.
- Não se preocupem.
- Ai sim? E porquê?
- Porque eu tenho super poderes!
- Pois, pois. – Respondeu um. Estão aqui 25 gigantes. Cada gigante tem muita força e nós já tentamos sair daqui mas não conseguimos e uma florzinha de estufa como tu vai conseguir partir estas paredes todas!...
- Não acreditas? Repara.
Ela deu um forte murro naquela parede e partiu-a, mas ainda havia mais quatro paredes.Ela partiu-as também. O gigante disse:
- Desculpa. Julguei-te mal.
- Não faz mal. Vamos é capturar este ogre malvado e voltar para casa com a nossa água e seremos imortais.
- Vamos.
Ela teve uma excelente ideia.Disse para um gigante ir distrair o ogre enquanto os outros o amarravam e prendiam numa jaula. Todos concordaram com ela. Eles puseram o plano em prática e resultou às mil maravilhas. Foi um sucesso. Desse dia em diante o lago que continha a água da imortalidade passou a ser um local turístico e quem cuidava daquilo eram aqueles gigantes que lá estavam presos há anos. Ela pediu permissão a um gigante para levar um pouco da sua água ao seu amigo Roberto. Eles autorizaram. Ela também pediu a um gigante para a ajudar a descer o monte. O gigante desceu o monte a correr e até a levou a casa do seu amigo Roberto. O seu amigo quando viu que ela lhe trouxera um pouco de água convidou-a a mudar-se para sua casa e ela aceitou. Foi logo escrever uma carta ao seu antigo melhor amigo, o Gladíolo dizendo-lhe que conseguiu, que ganhou um super poder e que até salvou 25 gigantes de um grande e feio ogre. Ela e o Roberto tornaram-se grandes amigos, imortais, para todo sempre. Ela ficou uma lenda daquele mundo.
Tiago Sá 6º4
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